domingo, 9 de outubro de 2011

Viagem cultural: Barbacena oferece várias atrações ao turista de fim de semana


Afresco de Emeric Marcier instalado na casa batizada com o seu nome

Ir a Barbacena, a 170 km de BH, é viagem um pouco mais longa, que cobra pitadas de aventura. Como não há guia indicando atrações, é preciso descobrir “tesouros” por conta própria. Igrejas do século 18 são duas: a de Nossa Senhora da Piedade e a da Boa Morte. Chamam a atenção os quatro – singulares – museus: da Loucura, Municipal, Casa Emeric Marcier e Casa George Bernanos. Acrescente-se o conjunto de imóveis da primeira metade do século 20, com prédios restaurados e alguns outros, infelizmente, caindo aos pedaços. O cenário provoca a imaginação, pois tudo revela dramas, belezas, histórias e imagens supreendentes de Minas.

O Museu da Loucura é o mais conhecido e impactante. Fotos, documentos e instrumentos médicos contam a história do Hospital Psiquiátrico Minas Gerais, o antigo Hospital Colônia, e de todas as violências ali cometidas. Saborosa é a visita ao Museu Municipal, dedicado à história barbacenense. Entre as peças curiosas está uma cadeira do século 19 com duas armas – reza a lenda, usada na Guerra do Paraguai. Passeio imperdível: visitar a Casa Emeric Marcier, residência do pintor romemo falecido em 1990, exuberante demonstração do bem viver no interior de Minas Gerais. A bela chácara tem esboços de afrescos nas partes externa e interna. Sob a escada, há uma obra curiosa do artista, mostrando Torquemada, o todo poderoso da Inquisição, queimando no inferno.

Um dia é pouco para curtir tudo com calma. Inclusive, porque vários endereços despertam a curiosidade. Como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, com seus belos jardins. Aberto aos domingos, é ótimo espaço para caminhadas. Vale lembrar: Barbacena é movimentada, sobretudo na área cultural. Lá ficam as sedes do grupo teatral Ponto de Partida e da Bituca Universidade de Música Popular, além de bares e botecos divertidos. Nem por isso se perdeu o jeitinho interiorano: a cidade é tranquila, simpática e acolhedora.

O músico Marcelo D2 fez questão de visitar o impactante Museu da Loucura, há três anos

Outro endereço ilustre: Casa George Bernanos, onde o escritor católico morou com a família de 1940 a 1944. Durante a 2ª Guerra Mundial, esse ativista pela libertação da França, assim como Emeric Marcier, refugiou-se em Barbacena.

Contemporânea das vizinhas Tiradentes e São João del-Rei, a cidade tem muita história para contar. Sua região abrigava aldeamentos de índios tupis. A ocupação remete ao século 18: a Vila de Barbacena, por exemplo, é de 1791. Trata-se de lugar com gosto pela política: nada menos de cinco incofidentes vieram daquela região.

Em Barbacena
. Museu da Loucura – Rua 14 de Agosto, s/nº, Floresta, (32) 3339-1611. Funciona de segunda-feira a domingo, das 8h às 12h e das 13h às 17h.
. Museu Municipal de Barbacena – Praça Conde de Prados, 55, Centro, (32) 3339-2167. Aberto de quarta-feira a domingo, das 13h às 18h.
. Museu Casa Emeric Marcier – Avenida Major Brigadeiro Doorgal Borges de Andrada, s/nº, Monte Mário, (32) 3333-7501. De quarta-feira a sábado, das 13h às 17h, e aos domingos, das 13h às 16h.
. Museu Georges Bernanos – Rua Coronel Cipriano Rodrigues de Miranda, s/nº, Vilela, (32) 3332-2047. De segunda-feira a domingo, das 13h às 17h.


Fonte: Walter Sebastião - Estado de Minas - Cultura
2/9/2011


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